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sábado, 22 de janeiro de 2011

BOM JARDIM COMEÇA A SE REESTRUTURAR

Depois da tragédia que arrasou a região serrana, a cidade de Bom Jardim começa a avaliar os danos causados pelas fortes chuvas e pelos deslizamentos, que atingiram todos os bairros ribeirinhos. Contudo, um dos principais acessos ao município ainda está intransitável. Obras de aterramento estão sendo feitas no na RJ 116 para que provisoriamente seja colocada uma ponte do exército onde ficava a outra que foi levada pela água.


De acordo com o AVADAN (Avaliação de danos) feito pela Defesa Civil do município, em Bom Jardim 13 bairros foram afetados. Em São José, segundo distrito, foram 11 bairros. Já Banquete, terceiro distrito, foi totalmente devastado pela força da água do Rio Grande, que levou tudo por onde passou. “Era 1h e nós estávamos tirando os móveis de dentro de casa, as 2h30min a água já estava na janela e as 3h, no teto. Primeiro caiu a passarela e depois a ponte na RJ 116. Moro em Bom Jardim desde 1976 e em toda a minha vida nunca vi tanta água” – conta o morador Écio Luis de Oliveira Bastos.


A água encanada voltou a ser distribuída, com exceção do bairro Bem-Te-Vi, onde a distribuição ainda é feita por caminhões pipa, poços artesianos e nascentes. A energia elétrica já foi normalizada, mas o sistema de telefonia fixa e móvel ainda é precário. O município contabiliza 1.186 desalojados e 632 desabrigados, que estão em colégios e creches, e um óbito, do morador do bairro de Laranjal Marco Antonio Loreiro, de 32 anos, que foi levado pela enxurrada ao tentar recuperar um botijão de gás.


No trecho onde a RJ 116 corta a cidade, obras de aterramento estão sendo feitas para diminuir a distância de 60 metros deixada pela força da água que arrastou a ponte e um pedaço do asfalto. Sobre a ponte do exército que começará a ser construída no local, a expectativa é que a montagem comece até o final da semana: “Eles já estiveram no município e fizeram a medição, cerca de 90 homens devem ser disponibilizados para a montagem da ponte, que leva três dias para ficar pronta” – explica Wanderleia Bastos, funcionária da Defesa Civil.


Segundo Paulo Barros, vice-prefeito do município, ainda não há uma estimativa de quanto precisará ser gasto para reconstruir a cidade, pois muitas casas foram devastadas, principalmente nos bairros São Miguel, Maravilha, Campo Belo, e nos distritos de Banquete e São José. “Temos que ver os locais, pois muitas casas não têm condições de habitação. Por enquanto o que nós estamos fazendo é dar assistência à população com alimentos, água, luz, telefone e medicamentos. Nós temos tido uma ajuda muito grande, um alto grau de solidariedade da população brasileira e isso temos que agradecer, porque as coisas têm chegado e sempre com certo volume. Hoje o que precisamos mais é de colchões e roupas de cama” – diz o vice-prefeito.


Para Sebastião Nunes, de 62 anos, morador do bairro São Miguel, agora é hora de recomeçar, mas a tragédia deixa marcas e, por medo de que aconteça novamente, ele pretende mudar para longe do rio. “Foi tudo perdido, mas saímos com vida, graças a Deus minha família está toda bem e estamos na casa de amigos. Vamos limpando a lama para ver o que restou, se a estrutura da casa foi abalada, se as paredes estão rachadas e se a largura do rio aumentou. Não queremos ficar mais aqui, o risco não compensa, moro nesse bairro desde que nasci, entrou água três vezes na minha casa, mas nenhuma como essa. Perto daqui eu acho que está tudo condenado” – conta Sebastião emocionado.


Em meio a tanta tristeza, o bairro de São Miguel ganhou um herói: Sérgio Dias. Com um barco amarrado com cordas ele resgatou várias pessoas que ficaram ilhadas em suas casas, inclusive o sogro Sebastião Nunes, de 96 anos. Com essa atitude vidas foram salvas, pois muitas casas foram levadas pela força da água. “Foi difícil. Na casa do Sebastião eu tirei oito pessoas e na parte mais baixa foram mais de 60, estavam todos em pânico” – explica Sérgio, que sofreu queimaduras por causa das cordas usadas para puxar o barco e precisou levar pontos na perna.

 Por Paula Valviesse
Novaimprensa.com.br



NO REGISTRO FOTOGRÁFICO DE GERALDO CARVALHO, CENAS QUE MARCAM A TRAGÉDIA:

Em Banquete,nesta casa nota-se onde a água passou




Um caos ficou em Banquete depois das chuvas







Bom Jardim Maravilha Clube invadido totalmente pelas águas vindas de Friburgo





Morador desolado, não acredita no que vê






UNIÃO: Moradores unidos constrem ponte a bairros ilhados







Morador ilhado por 3 dias, fala de seu sofrimento a Geraldo Carvalho








Prefeito Affonso Monerat, desde os primeiros momentos da chuva esteve ao lado de sua população








Pela 1ª vez, São José foi totalmente invadido por fortes águas






FRIBURGO = SOFRIMENTO







Distrito de São José, quase não sobra nada

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