'Os ventos espalham essa umidade pelos Estados das Regiões Centro Oeste e Sudeste. Isso ajuda a explicar as fortes pancadas de chuva e também a persistência das chuvas por vários dias seguidos', explica o meteorologista José Felipe Farias, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo Farias, o fenômeno deve persistir até a terça-feira da semana que vem.
A meteorologista Bianca Lobo, da Climatempo, alerta que a região serrana do Rio deverá receber chuvas intensas nos próximos dias. 'O risco de chuvas mais fortes persiste nos Estados do Rio e Minas Gerais', diz.
Além do corredor de umidade, as fortes chuvas também são consequência da evaporação local - as 'ilhas de calor' formadas pelo concreto e impermeabilização do solo nas cidades, que levam à formação de chuvas locais. Em regiões serranas, a geografia montanhosa ainda favorece a formação de cabeças d'água - chuvas localizadas que aumentam o volume de água dos rios. 'Tudo isso contribuiu para agravar as enchentes na região serrana.'
Aquecimento global. Meteorologistas afirmam que ainda não é possível afirmar que a intensificação das chuvas é consequência direta das mudanças climáticas. 'As chuvas de janeiro não são atípicas. Esses fenômenos são normais. É prematuro falar em consequências do aquecimento global', diz Bianca.