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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Empresários unidos na Firjan assinam carta para Pezão



Focados na retomada, os quase cem empresários presentes, oferecem como garantia ao crédito imediato e acessível, o compromisso de manter 90% da folha de empregados até o fim do ano

Nova Friburgo, 27 de janeiro de 2011.


A reconstrução de Nova Friburgo já começou. A segunda reunião ampliada do Conselho Empresarial da Firjan aconteceu com cerca de 100 empresários do setor industrial presentes no Auditório da CDL, em Nova Friburgo. Aberto pelo presidente da Representação Regional da Firjan, Vicente Bastos Ribeiro , o evento contou com depoimentos pungentes de empresários de diferentes setores, preocupados em normalizar e retomar as atividades de seus negócios. Diante da situação de calamidade, o estado de tensão dos empresários era latente frente às responsabilidades com empregados, clientes e fornecedores, além de diversos tipos de obrigações e prejuízos.

Coletivamente, os empresários decidiram assinar uma carta endereçada ao vice-governador Luiz Fernando Pezão, já enviada e destinada ao BNDES e à INVESTE RIO, que contém uma proposta do setor industrial para a imediata retomada das atividades, revertendo uma situação que prejudica também a vida dos funcionários.  A carta descreve as condições necessárias para que a indústria de Nova Friburgo, severamente afetada pelo desastre de 12 de janeiro, possa - de fato - se beneficiar dos valores anunciados pelas agências de fomento. Em contra-partida ao crédito imediatamente acessível, o setor oferece o compromisso de manter 90% da folha de empregados até o fim do ano.

“Depois de um desastre como esse, o socorro financeiro liberado da forma necessária é um oxigênio fundamental para que as empresas possam continuar operando e honrando seus compromissos. O poder público, que tão prontamente entendeu a emergência física, precisa entender a emergência financeira no curtíssimo prazo, sob pena de colaborar para um segundo desastre, desta vez no dia 5 de fevereiro, quando a maioria das empresas prepara suas folhas de pagamento”, alerta Vicente Ribeiro.

“Houve comoção, ajuda, donativos, isso é importante. Mas, agora, o dia 5 está chegando. Eu fui obrigada a dar férias aos funcionários, como vou fazer para pagar as 120 pessoas que vão chegar na minha porta em fevereiro?”, disse uma empresária do setor de acessórios de moda, que teve o galpão de 1.800m inundado, inutilizando um lote de exportação de 3 mil peças para a Rússia.

“A retomada vai ser com o nosso pessoal. Eles estão lá trabalhando, ajudando a limpar, mas é porque acreditam que o dinheiro vai chegar e que vamos voltar a produzir. Se o crédito não chegar imediatamente, pode agravar uma situação já extremamente difícil”, disse outro empresário do setor de confecções. 

Também participaram da mesa, os empresários Carlos José Ieker (Sindicato Têxtil), Cláudio Tângari (Sindmetal), Nelci Layola (Conselho da Moda) e Ediwar Ismério (Sinduscon), além da superintendente do SESI/SENAI no estado do Rio, Maria Lúcia Telles, e o superintendente do IEL, Alberto Besser. Outros membros do corpo técnico do Sistema Firjan (Assessoria de Responsabilidade Social Empresarial, Gerência de Estudos Econômicos, Gerência de Novos Investimentos e Infraestrutura) também estiveram presentes.

A próxima reunião acontecerá no Auditório do SENAI, na quarta-feira, dia 2, também às 16 horas. Um diagnóstico da Firjan Regional identificou no cenário industrial da cidade hoje quatro tipos de empresas: as que desapareceram do mapa, as que foram seriamente atingidas, as parcialmente atingidas e as indiretamente atingidas (que estão afetadas pela irregularidade dos serviços de infraestrutura).

TRECHO DA CARTA AO VICE-GOVERNADOR (íntegra em anexo):

1.      1. As linhas de crédito devem focar essencialmente o CAPITAL DE GIRO;
2.       2. Devem ser incluídos mais bancos repassadores que Banco do Brasil e Caixa, para facilitar o acesso às empresas que já contam com limites de crédito analisados em outras instituições financeiras;
3.       3. A distribuição das linhas entre os municípios não pode ser igual, pois a atividade industrial de Petrópolis e Teresópolis está praticamente preservada.
4.       4. Não deve ser exigida Licença Ambiental quando se tratar de operações EXCLUSIVAS de capital de giro, já que essa eventual exigência inviabilizará a rapidez da liberação do crédito.
5.       5. As certidões a serem exigidas  devem ser simplificadas como aquelas solicitadas para a emissão de Cartão BNDES;
6.       6. As empresas que não dispuserem dessas certidões em um primeiro momento, poderão receber até 30% do valor aprovado de imediato, ficando o saldo restante a ser liberado mediante a apresentação das certidões;
7.       7. Deve ser equacionada a questão das garantias, pois para a maior parte das empresas, neste momento, não há garantias reais a oferecer (sem estoques para penhor mercantil; sem duplicatas por não estarem faturando); sugerimos a utilização do Fundo de Aval do SEBRAE para as micro-empresas, e a constituição de fundo garantidor no BNDES para as demais;
8.       8. EM CONTRA-PARTIDA, AS EMPRESAS ACEITAM ASSUMIR COMPROMISSO PARA LIBERAÇÃO DO CRÉDITO DE MANTER, ATÉ 31.12.2011, PELO MENOS 90% DOS EMPREGOS REGISTRADOS EM 31.12.2010.


PRÓXIMA REUNIÃO AMPLIADA DO CONSELHO EMPRESARIAL DA FIRJAN
Data: 2 de fevereiro – quarta-feira
Horário: 16 horas
Local: Auditório do SENAI – Rua Pref. José Eugênio Muller, 220, centro – Nova Friburgo.

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